“Todos os dias rezamos por proteção e paz”.
Boussam Abdulahi, refugiado nigeriano
Em 2021, a crise dos refugiados nigerianos entrará em seu sétimo ano. Desde que os ataques violentos do grupo islâmico Boko Haram começaram a se espalhar pela fronteira nordeste da Nigéria em 2014, Camarões, Chade e Níger foram arrastados para o que se tornou um conflito regional devastador.
Até o momento, a região da Bacia do Lago Chade está enfrentando uma emergência humanitária complexa. Mais de 3,2 milhões de pessoas estão deslocadas, incluindo mais de 2,9 milhões de pessoas deslocadas internamente (IDPs) no nordeste da Nigéria, mais de 684.000 deslocados internos nos Camarões, Chade e Níger e 304.000 refugiados nos quatro países.
A crise foi acentuada pela fome e pela desnutrição, que subiram para níveis críticos nos quatro países. Apesar dos esforços dos governos e da ajuda humanitária, cerca de 12,5 milhões de pessoas continuam necessitando de assistência humanitária na região da Bacia do Lago Chade, com 5,3 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.
Os desafios de fornecer proteção aos deslocados são agravados pela deterioração da situação de segurança, bem como pela fragilidade socioeconômica, com as comunidades da região do Sahel enfrentando pobreza crônica, clima severo, epidemias recorrentes, infraestrutura deficiente e acesso limitado a serviços básicos.
Os militares da Nigéria, juntamente com a Força-Tarefa Conjunta Multinacional, expulsaram extremistas de muitas áreas antes por eles controladas, mas esses ganhos foram ofuscados por um aumento dos ataques do Boko Haram em países vizinhos. Apesar do retorno de deslocados internos e refugiados nigerianos para áreas acessíveis, a crise continua grave.
O que o ACNUR está fazendo para ajudar?
O ACNUR ampliou sua resposta e está trabalhando com as autoridades do nordeste da Nigéria, bem como com parceiros das Nações Unidas, para ajudar pessoas deslocadas e retornados a recuperar a sensação de vida normal. Este trabalho inclui esforços para garantir que seus direitos sejam respeitados, prestar apoio jurídico e psicossocial às vítimas de abuso sexual e violência de gênero, e fornecer abrigo e itens domésticos básicos. Também estamos advogando em defesa do acesso aos serviços básicos e garantia de paz e segurança se a possibilidade de retorno se mostrar segura.
Nos países vizinhos, estamos trabalhando com as autoridades para garantir que os refugiados não sejam forçados a retornar à Nigéria, caso não queiram fazê-lo. Também coordenamos a assistência humanitária prestada pelas agências da ONU e ONGs parceiras por meio do nosso Plano Regional de Resposta aos Refugiados (em inglês).