ACNUR: Crise do povo rohingya precisa de soluções duradouras

Sem perspectivas de resoluções, perdura há três anos a crise dos rohingya, um povo sem pátria e deslocado à força

Crianças rohingya em um espaço para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, Bangladesh, em julho de 2019 © ACNUR / Antoine Tardy

A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), pede mais apoio e novas soluções para as comunidades rohingya que enfrentam o deslocamento e a apatridia dentro e fora de Mianmar.

Três anos depois do último grande êxodo de refugiados rohingya que fugiram de Mianmar e buscaram refúgio em Bangladesh, os desafios persistem e continuam a evoluir. Considerando as complexidades adicionais impostas pela pandemia de COVID-19, a comunidade internacional não deve apenas manter o apoio aos refugiados e as comunidades anfitriãs, mas também se adaptar às necessidades críticas e expandir a busca por soluções.

As comunidades rohingya estimam que até três quartos do povo rohingya viva hoje fora de Mianmar. O ACNUR e o Governo de Bangladesh registraram individualmente mais de 860 mil refugiados rohingya nos assentamentos de refugiados em Cox’s Bazar. Bangladesh demonstrou um profundo compromisso humanitário com os refugiados rohingya. O país garantiu proteção e estendeu o apoio humanitário para salvar vidas, e agora acolhe nove entre dez refugiados rohingya registrados na região da Ásia-Pacífico. Essa generosidade precisa ser reconhecida por meio do investimento contínuo tanto nos refugiados rohingya quanto nas comunidades anfitriãs de Bangladesh.

Em última instância, a solução para a situação difícil dos rohingya reside em Mianmar e na implementação abrangente das recomendações da Comissão Consultiva sobre o Estado de Rakhine, com a qual o Governo de Mianmar se comprometeu.

Criar condições que favoreçam o retorno seguro e sustentável do povo rohingya exigirá o envolvimento de toda a sociedade, retomando e intensificando o diálogo entre as autoridades de Mianmar e os refugiados rohingya, bem como outras medidas que ajudem a inspirar confiança. Isso inclui suspender as restrições à liberdade de movimento, reiterando que os rohingya deslocados internamente podem retornar às suas próprias aldeias e proporcionando uma via desobstruída para a cidadania.

Fora de Mianmar, nossos esforços coletivos devem ser direcionados não apenas para garantir a dignidade e o bem-estar dos rohingya hoje, mas também para preservar suas esperanças e melhorar as perspectivas de seu futuro. Isso significa trabalhar em busca de soluções duradouras não apenas em Mianmar, mas também por meio de estudos e oportunidades de trabalho fora dos países onde se solicitou refúgio, bem como vias de acolhida e integração em outros países para as pessoas com vulnerabilidades mais graves.

A força e a resiliência do povo rohingya no exílio em Bangladesh e em outros lugares formaram o pilar da resposta humanitária nos últimos três anos e apoiaram as comunidades que os acolhem. Respeitar e reconhecer sua coragem e capacidade significa garantir que não sejam esquecidos enquanto a crise entra no seu quarto ano.

 

Para mais informações sobre este assunto, entre em contato:

Em Cox’s Bazar, Louise Donovan, [email protected], +880 18 4732 7279
Em Mianmar, Aoife Mc Donnell, [email protected], +959 403 487572
Em Bangkok, Kasita Rochanakorn, [email protected], +66 64 932 0803
Em Bangkok, Catherine Stubberfield, [email protected], +66 65 929 8062
Em Genebra, Andrej Mahecic, [email protected], +41 79 642 97 09
Em Nova York, Kathryn Mahoney, [email protected], +1 347 443 7646