“Perdi tudo: minha casa, minha identidade. Meus filhos dormem no chão”.
Zainaba, viúva e mãe de quatro pessoas deslocadas em Bangui
Em dezembro de 2013, centenas de milhares de pessoas foram forçadas a deixar suas casas à medida que a violência se espalhava na República Centro-Africana. Militantes matavam civis brutalmente, saqueavam casas e queimavam aldeias. Hoje, mais de 543.000 refugiados do país ainda estão abrigados em Camarões, no Chade, na República Democrática do Congo e no Congo. Este é o maior número de refugiados da República Centro-Africana já visto desde o início da crise. Além dos refugiados, cerca de 700.000 pessoas foram forçadas a fugir no país. Este valor representa um aumento de cerca de 60% em comparação com os números de 2016.
O país experimentou uma transição gradual para a paz e a estabilidade no final de 2016, quando tanto os refugiados como os deslocados internos começaram a voltar para casa. Agora, a insegurança está se espalhando por áreas no centro, noroeste, leste e sudeste – algumas não afetadas anteriormente pelo conflito.
Milhares de pessoas andam durante semanas e se escondem nas florestas em uma tentativa desesperada de escapar, às vezes com nada para comer ou beber. Aqueles que chegam em locais para os deslocados testemunham cenas traumáticas de violência, e as taxas de desnutrição subiram para níveis sérios.
Muitas pessoas não têm assistência básica, uma vez que esta é uma das situações de emergência menos financiadas em todo o mundo. Alimentos, saúde, abrigo, água e saneamento são preocupações primárias para os refugiados que vivem fora dos locais formais e para as comunidades que os abrigam.
No país, o enfoque do ACNUR permanece na proteção e assistência para salvar vidas, distribuindo itens básicos de ajuda aos recém-deslocados. Novos abrigos comunitários estão sendo montados em resposta ao crescente número de deslocados internos. Nos países vizinhos, o ACNUR e os seus parceiros continuam a apoiar a criação de meios de subsistência.