“Quando você ajuda um refugiado, você ajuda a sociedade”

Antony Chedid é doador do ACNUR desde 2012 e conheceu de perto o trabalho vital desenvolvido pela Agência no Brasil e no Líbano.

Há sete anos Antony (de óculos escuros) tem se engajado em trabalhos para ajudar refugiados. Foto: Arquivo pessoal

Antony Chedid é doador da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) desde 2012. Ele conheceu refugiados no Brasil e no Líbano e compartilhou conosco suas impressões sobre a importância da atuação do ACNUR.


 

Por que você se tornou um doador do ACNUR?

No final de 2011, li o livro “Cidade do Sol”, escrito por Khaled Hosseini¹. Na obra, o autor descreve com profundidade a violência das guerras e conflitos. Fiquei muito sensibilizado com o relato. Foi assim que conheci o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), o trabalho da Agência me encantou.

Virei doador do ACNUR em 2012 e, desde então, tenho me engajado em trabalhos para ajudar refugiados. Hoje faço parte do Comitê Mobilizador do ACNUR².

Recentemente você esteve no Líbano. Pode nos contar um pouco sobre a sua visita e sobre a situação dos refugiados no país?

Antes de visitar o Líbano, tive a chance de conhecer a situação dos refugiados em Roraima. Acreditava que encontraria uma situação semelhante no Oriente Médio, mas me deparei com um cenário muito mais desafiador.

Atualmente, o Líbano é um dos países que acolhe o maior número de refugiados do mundo: são 1,5 milhão de pessoas. Mais de 50% dos refugiados são crianças, muitas precisam trabalhar para ajudar as famílias e sofrem risco de exploração. Os adultos não tem autorização para trabalhar na maioria dos setores. São muitas pessoas em uma situação desesperadora e que sem o ACNUR estariam em uma situação inimaginável.

 Você pode nos relatar um pouco sobre o trabalho do ACNUR que você viu ser realizado no país?

Com certeza o trabalho do ACNUR Líbano é um dos mais desafiadores. O número de refugiados é enorme e apenas 30% dos recursos necessários para financiar todos os programas deste ano foram arrecadados até o momento.

O ACNUR faz um trabalho essencial, acolhendo os refugiados em compasso com o governo local. A Agência ajuda os refugiados a ter um abrigo e apoia a educação e ensino das crianças refugiadas.

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Antony (de boné) conheceu de perto o trabalho do ACNUR. "Ajudar um refugiado é dar a ele a chance de um futuro digno, com condições básicas para prosperar" Foto: Arquivo pessoal

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Antony (de boné) conheceu de perto o trabalho do ACNUR. "Ajudar um refugiado é dar a ele a chance de um futuro digno, com condições básicas para prosperar" Foto: Arquivo pessoal

Qual foi o episódio mais marcante da sua visita?

O relato que mais me tocou foi o de uma mãe que disse ter presenciado, junto com os filhos, a execução de seu marido e família pelo Estado Islâmico. Fiquei assombrado com tamanha crueldade.

Também conheci Ibrahim e sua família. Ibrahim é refugiado sírio e saiu de seu país em 2008 com sua mulher e cinco filhos. Ele luta para tentar achar um trabalho, para poder alimentar sua família. Ibrahim tem um sonho de voltar para seu país quando houver paz e o mínimo de estabilidade.

Que mensagem você mandaria para as pessoas que pensam em doar para o ACNUR?

Ajudar um refugiado não é apenas ajudar uma só pessoa. É também ajudar o futuro da sociedade. É ajudar a construir o futuro de uma família.

Ajudar um refugiado é dar a ele a chance de um futuro digno, com condições básicas para prosperar. Penso, em um futuro próximo, em ampliar minha atuação. O mundo precisa de muito mais ajuda do que podemos imaginar.

Seja um doador do ACNUR e nos ajude a construir um futuro melhor para os refugiados!

 

¹ Khaled Hosseini é Embaixador da Boa Vontade do ACNUR.

² O Comitê Mobilizador do ACNUR é formado por um grupo seleto de filantropos, empresários e personalidades sensíveis à causa do refúgio. Este grupo ajuda o ACNUR a mobilizar a sociedade brasileira por meio de sua influência, contribuindo efetivamente para a captação de recursos para programas do ACNUR.