A situação no Sudão do Sul e nos países vizinhos rapidamente se transformou em uma emergência humanitária. Embora estejamos fazendo tudo ao nosso alcance para oferecer ajuda e proteção para salvar vidas mesmo com recursos limitados, o deslocamento na região deverá crescer até que uma solução política seja encontrada.
“Preciso de cobertores. Está frio à noite e não quero que meus filhos fiquem doentes”.
Rebecca Barnaba, 23 anos, mãe no campo de Doro
A maioria dos refugiados são mulheres e crianças, muitas das quais cruzam a fronteira sozinhas. Muitas vezes, chegam fracas e desnutridas. Durante a estação chuvosa, suas necessidades são agravadas em consequência de inundações, escassez de alimentos e doenças.
No Sudão do Sul, cerca de dois milhões de pessoas são deslocados internos, enquanto no exterior há mais de dois milhões de refugiados sul-sudaneses, principalmente na Etiópia, Sudão e Uganda. Muitos temem um ataque iminente ou a insegurança alimentar. Atualmente, Uganda acolhe a maioria dos refugiados sul-sudaneses e já recebeu mais de um milhão deles.
“Este conflito deve terminar e o mundo deve se reunir para apoiar os milhões que foram forçados a fugir de suas casas no Sudão do Sul”.
Arnauld Akodjenou, Coordenador Regional de Refugiados e Conselheiro Especial sobre a situação do Sudão do Sul
À medida que a instabilidade e a violência no Sudão do Sul continuam, aqueles que foram forçados a fugir precisam urgentemente de proteção, abrigo e assistência médica. O ACNUR está tentando restaurar a esperança de milhares de pessoas que foram deslocadas a força. No entanto, sem mais financiamento e apoio, teremos dificuldade em fornecer até mesmo a assistência mais básica.
Em 2018, o ACNUR recorre aos doadores para angariar a quantia de US$ 834,9 milhões para as operações em benefício aos refugiados do Sudão do Sul. Segundo dados de abril de 2018, apenas 8% do valor já foi arrecadado.
“A escala de deslocamento dentro e fora do país é simplesmente inacreditável”, afirma Arnauld Akodjenou, Coordenador Regional de Refugiados e Conselheiro Especial sobre a Situação do Sudão do Sul. “Estou impressionado com a resiliência dos milhões de refugiados e deslocados internos do Sudão do Sul. Mas depois de tantos anos, os sul-sudaneses estão dizendo ‘basta’. O conflito deve terminar, a resposta humanitária deve ser incrementada e todos nós temos a responsabilidade de fazer tudo o que pudermos para apoiar as crianças, mulheres e homens do Sudão do Sul que foram forçados a fugir de suas casas”.