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Violência na República Centro-Africana força o deslocamento de 88 mil pessoas

Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR Babar Baloch na coletiva de imprensa desta semana, no Palácio das Nações em Geneva.

GENEBRA, 02 de junho de 2017 - Mais fundos são urgentemente necessários para oferecer assistência a mais de 88.000 pessoas que foram forçadas a fugir da violência na República Centro-Africana (RCA).

Desde que os conflitos entre os rebeldes se intensificaram em maio, mais de 68.000 pessoas foram forçadas a deixar suas casas dentro da RCA, enquanto mais de 20.000 solicitaram refúgio na República Democrática do Congo (RDC).

Para auxiliar aqueles que foram recentemente forçados a se deslocar, o ACNUR, a Agência da ONU para refugiados, faz um apelo urgente para o financiamento de 209,2 milhões de dólares para a situação na RCA, na qual apenas 6% dos fundos foram arrecadados.

Ataques de rebeldes em cidades por toda a fronteira da RDC, assim como rumores de possíveis agressões, estão forçando pessoas a fugir das províncias de Haute Kotto e Mbomou dentro da RCA.

Nas últimas semanas, ataques de grupos armados resultaram no deslocamento nas três províncias de Bria, Bangassou e Basse-Kotto. Apenas em Bri, mais de 41.000 pessoas se deslocaram. Além disso, segundo relatos, centenas de civis foram mortos. A grande maioria das pessoas deslocadas dormem a céu aberto ou em abrigos improvisados.

Devido a situação de segurança, o acesso humanitário em várias dessas áreas continua extremamente restrito. Entretanto, o ACNUR conseguiu oferecer, por meio de uma resposta interagências, itens de auxílio para os novos deslocados em Bria. O ACNUR planeja oferecer mais assistência, inclusive tendas, esteiras e cobertores para as famílias mais vulneráveis.

Com estoques disponíveis em Bria, o ACNUR também irá enviar auxílio de Bangui, já que nossa equipe verificou a extensão do deslocamento em Bria e identificou necessidades.

O recente surto de violência também está forçando pessoas a cruzarem a fronteira para as províncias Bas Uele e Ubangi, na RDC. Aproximadamente 20.575 centro-africanos se deslocaram entre as últimas duas semanas, de acordo com as estimativas.  As equipes do ACNUR atenderam uma parte dos recém-chegados, enquanto os outros foram assistidos pelas autoridades locais.

Os centro-africanos continuam chegando na RDC, alegando o medo de novos atos de violência. A maioria dos recém-chegados estão instalados próximo de rios – Mbomou e Ubangi – que formam a fronteira entre os dois países, almejando poderem retornar assim que a situação se estabilizar.

O ACNUR está particularmente preocupado em relação a situação dos solicitantes de refúgio na área próxima da pequena cidade de Ndu, do outro lado do rio de Mbomou. As pessoas chegam ao local com quase nenhum pertence, algumas estão feridas e precisam de tratamento. Além disso, a área é tão remota que o ACNUR não consegue levar assistência pela estrada, e por esse motivo estamos avaliando opções alternativas para acessar Ndu.

Em outras áreas, como na província ao norte de Ubangi na RDC, é mais fácil o acesso. Os recém-chegados estão instalados ao longo das margens do rio, e a maioria destes encontrou abrigo com famílias locais. O ACNUR está trabalhando com seus parceiros humanitários para oferecer mais assistência e auxílio.

Existem 503.600 deslocados internos na RCA. Antes do último fluxo, existiam 102.600 refugiados centro-africanos registrados na RDC.