50º aniversário da Convenção para Reduzir os Casos de Apatridia de 1961
Apatridia no Quirguistão
Duas décadas após a desintegração da União Soviética, milhares de pessoas das ex-repúblicas soviéticas, como o Quirguistão, ainda enfrentam problemas com a cidadania. O ACNUR identificou mais de 20 mil apátridas neste país da Ásia Central. Essas pessoas não são consideradas nacionais sob as leis de nenhum país. Enquanto muitas, em princípio, encontram-se sob a lei de cidadania quirguize, ainda não foram confirmadas como nacionais pelos procedimentos existentes.
A maioria dos apátridas no Quirguistão vive lá há muitos anos, possuem laços familiares com o país e são bem integrados em termos sociais e culturais. Entretanto, em função da falta de documentos de cidadania, essa população é frequentemente incapaz de fazer muitas coisas que a maior parte das pessoas entende como natural, incluindo registros de casamento ou certidão de nascimento de crianças, viajar dentro e fora do Quirguistão, receber pensões ou assistência social, ou mesmo adquirir propriedade. Os apátridas são mais vulneráveis às privações econômicas, são mais propensos aos altos índices de desemprego e não podem acessar completamente os serviços de educação e médicos.
Desde sua independência em 1991, o Quirguistão tomou muitas medidas positivas para reduzir e prevenir a apatridia. O ACNUR, em seu mandato para apatridia, vem auxiliando o país ao fornecer assessoria em questões de legislação e demais práticas, bem como ao fornecer assistência técnica aos encarregados de resolver os problemas de cidadania. As ONGs parceiras do ACNUR fornecem aconselhamento jurídico aos apátridas e os auxiliam em suas solicitações de cidadania.
Entretanto, a apatridia no Quirguistão é um fenômeno complexo e milhares de pessoas – principalmente mulheres e crianças – ainda enfrentam obstáculos jurídicos, administrativos e financeiros quando buscam confirmar ou adquirir sua cidadania. Em 2009, com o apoio do ACNUR, o governo adotou um plano de ação nacional para prevenir e reduzir a apatridia. Em 2011, a agência para refugiados ajudará na revisão deste plano e a tomar medidas concretas para implementá-lo. Um esforço conjunto de todas as partes interessadas é necessário para que a apatridia não se torne um problema que persista nas gerações futuras.