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Patrocínio privado de refugiados no Canadá é apresentado a países da Europa e América Latina

Participantes – inclusive do Brasil – se reuniram em Ottawa para discutir o modelo canadense e sua adaptação em outros países

Brasília, 23 de dezembro de 2017 – A Iniciativa Global de Patrocínio para Refugiados reuniu-se recentemente em Ottawa (Canadá). O evento de três dias reuniu 90 participantes, incluindo grupos de patrocínio, delegados internacionais, parceiros e funcionários de governos governo interessados no modelo canadense de patrocínio privado para refugiados.

A Iniciativa Global de Patrocínio aos Refugiados é liderada pelo Governo do Canadá, pelo ACNUR – Agência da ONU para Refugiados – pela Universidade de Ottawa, pela Fundação Radcliffe e pelas Fundações da Open Society. Seu objetivo é prover treinamento e aconselhamento aos países interessados em replicar o modelo canadense de patrocínio privado para refugiados.

Os participantes discutiram o modelo canadenses com mais de 30 especialistas da sociedade civil, patrocinadores e refugiados patrocinados. Com isso, compartilharam lições e desenvolveram conselhos para os países que desejam adotar o modelo em seus programas de refugiados.

“Estamos entusiasmados com o trabalho desta iniciativa para desenvolver a capacidade de outros países em programas de patrocínio privado inspirados no modelo canadense” - John McCallum, Ministro da Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá.

Participaram da conferência representantes da Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Alemanha, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido, bem como outras partes interessadas de todo o mundo. Eles discutiram o modelo de patrocínio privado do Canadá e como ele pode ser adaptado e apoiado nos contextos de outros países.

“Temos ativamente defendido, junto a vários países na Europa e na América Latina, a importância de criar mais oportunidades de reassentamento para refugiados vulneráveis”, afirma o representante do ACNUR no Canadá, Johannes Van Der Klaauw.

Cerca de 1,2 milhão de refugiados em todo o mundo necessita urgentemente de reassentamento. A inclusão do patrocínio privado aos programas já apoiados pelos governos pode aumentar significativamente os locais de reassentamento.

O patrocínio privado desempenha um papel importante na facilitação da integração dos recém-chegados devido ao apoio e envolvimento de indivíduos, organizações comunitárias, grupos religiosos, ONGs, empresas privadas e famílias de refugiados já instalados. “Reassentar Refugiados é a coisa certa a se fazer, e por meio do patrocínio privado o Canadá oferece proteção a um número maior de refugiados que aqueles diretamente apoiados pelo governo”, afirma o Ministro da Imigração, Refugiados e Cidadania do Canadá, John McCallum.

Os cidadãos canadenses e os residentes permanentes oferecem oportunidades para que alguns refugiados encontrem proteção e construam uma nova vida por meio do Programa de Patrocínio Privado de Refugiados (PSR) do Canadá. Desde o final da década de 1970, patrocinadores privados trouxeram mais de 288 mil refugiados para o Canadá – além dos reassentados com financiamento público.

Patrocínios privados são organizados por cidadãos comuns que são muitas vezes – embora nem sempre – associados a organizações religiosas, associações comunitárias, organizações humanitárias, instituições educacionais e grupos étnicos.

Localizados em mais de 300 comunidades em todo o Canadá, esses grupos concordam em apoiar e prover os refugiados durante o período de patrocínio. O apoio é geralmente fornecido por 12 meses a partir da chegada do refugiado no país ou até que o refugiado se torne autossuficiente, o que ocorrer primeiro. Os patrocinadores escolhem quem desejam patrocinar.

"Nossa esperança é que o modelo bem-sucedido de patrocínio privado canadense inspire outros estados a desenvolver programas adequados ao seu contexto” - Johannes Van Der Klaauw, representante do ACNUR no Canadá

Ao longo da conferência, os participantes discutiram a necessidade de defensores deste modelo em outros países para gerar apoio aos programas de patrocínio privado. Também se destacou a necessidade de envolver a sociedade civil na construção desses programas. Além disso, foi acordado um esforço conjunto para garantir que a narrativa global sobre os refugiados seja positiva.