Lim quer ser médico.

Ele fugiu da violência do Sudão do Sul

Lim Bol, 21 anos: : “Há muitas diferenças entre a vida como refugiado e a vida em sua própria nação. Em meu lugar de origem, eu trabalhava como professor de química em uma escola de ensino fundamental. Quando eu penso sobre servir as pessoas, eu fico muito animado, porque ajuda minha comunidade a crescer”.

“Mas quando eu vim para o campo de refugiados, eu passei três meses ocioso, sem trabalho. Depois, quando uma escola de ensino fundamental foi aberta no campo, uma vaga foi anunciada. Eu me candidatei e comecei a trabalhar como professor. Agora eu sou o vice-diretor. É um trabalho pesado, mas é um bom trabalho. Estou novamente servindo as pessoas”.

Ethiopia. Teacher Lim Bol from South Sudan wants to become a medical doctor.

Lim Bol, 21 anos, é um refugiado do Sudão do Sul que mora no campo de Kule, na Etiópia. Ele sonha em ser médico um dia. Enquanto isso, ele é o vice-diretor de uma escola primária do campo. © ACNUR/P.Wiggers

Ethiopia. Teacher Lim Bol from South Sudan wants to become a medical doctor.

Lim Bol (à esquerda) administra uma pequena doceira com seu primo e colega de quarto, Gatwech Gil Thong (à direita). © ACNUR/P.Wiggers

Ethiopia. Teacher Lim Bol from South Sudan wants to become a medical doctor.

Lim, 21 anos, acha que ser professor e vice-diretor é trabalhoso, mas também recompensador. “Quando eu penso em servir as pessoas, realmente me alegra, porque ajuda a minha comunidade crescer”, disse. © ACNUR/P.Wiggers

Ethiopia. Teacher Lim Bol from South Sudan wants to become a medical doctor.

Como vice-diretor, ele deve conferir a presença dos alunos diariamente. Ele visita todas as salas de aula, onde ele é conhecido pelos alunos e outros professores. © ACNUR/P.Wiggers

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“Eu quero voltar ao meu país como alguém que detém conhecimento, entende, alguém com poder para servir as pessoas”. Lim, de 21 anos, tem que colocar seus sonhos em segundo plano enquanto o conflito se alastra pelo Sudão do Sul. © ACNUR/P.Wiggers

“Antes da guerra, meu plano era estudar medicina: me inspira ver médicos trabalhando. Eu ainda tenho a esperança de realizar meus sonhos, mas primeiro eu tenho que terminar minha formação e aqui eu não tenho a oportunidade de fazer isso. Isso realmente reduz o nosso futuro”.

Lim é do Sudão, onde a eclosão do conflito em 2013 tem forçado 670.000 pessoas a abandonar seus lares e buscar segurança em países vizinhos, além de outras 1.7 milhão de pessoas que estão deslocadas dentro do próprio país. Seus pais morreram e seu irmão se recusou a sair de casa para ir com ele para a Etiópia.

Ele está sozinho no campo de refugiados de Gambela, e enquanto suas necessidades básicas estão sendo atendidas, ele diz que interromper seus estudos é o que mais o deprime. Enquanto espera para completar seu ensino, Lim está trabalhando como professor e vice-diretor em uma das superlotadas escolas do campo.

O ACNUR está ajudando as autoridades etíopes na promoção de educação básica, mas a falta de recursos significa que o ensino médio termina depois de um ano de curso, ao invés dos quatro anos necessários. “Isso realmente não é bom para nós”, disse Lim. “Eu quero voltar ao meu país como alguém que possui conhecimentos, como alguém com poder para servir as pessoas”.

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